sábado, 26 de novembro de 2011

TDAH na minha vida ...


Há dois anos propus mudar minha vida, meu estilo de ser e de viver em prol do maior bem que recebi na vida até então, meu filho Matheus  ... na época com 7 anos,  que apresentava sintomas de “carência de mãe”, agressividade excessiva e desinteresse escolar total. Por uma visão própria e particular, mas em conjunto com meu esposo (sempre), optamos que por um tempo (onde acreditávamos ser breve) eu deixaria de ajudar no orçamento da casa, para ajudar nos afazeres da casa e tentar resgatar o papel, visão e função de mãe que estava desgastado e vinha sendo empenhado em segundo plano... por conta das demais responsabilidades que minha vida pessoal e profissional exigia.
Para minha surpresa, aos poucos fui percebendo que algo maior acontecia com o Matheus, algo maior do que eu poderia compreender e saber lidar e me questionava em que momento da vidinha dele eu havia falhado para que tudo aquilo ocorresse.
O maior susto veio nas férias de janeiro de 2010, quando percebi que com quase 8 anos, meu filho não sabia ler e escrever textos simples, aprendidas por mim aos 6 anos na pré-escola.
Por sorte ... e Deus é sempre grande (ouve nossas preces) tivemos a oportunidade de mudá-lo de escola, onde foi solicitada uma avaliação envolvendo uma equipe médica e depois de quase 3 meses, concluiu-se diagnosticado com TDAH - Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade.
Um mundo novo, estranho, confuso até ... surgia na minha vida. O que era isso? Era para vida toda? Eu tinha culpa? Alguém tem culpa? Etc e etc. ... em meio a toda confusão, surgia também o mundo das “Crianças Índigos” ... e a medicação Ritalina da qual eu não aceitava e não concordava de modo algum. Métodos fitoterápicos, homeopáticos, etc.... Eu estava desesperada e queria da noite para o dia “Salvar meu filho!” ... como se isso fosse possível e o tempo de “uma madrugada” fosse o suficiente para solucionar TUDO ... mera ilusão de uma mãe querendo dar uma de leoa, achando que rugir para o então inimigo, seria o suficiente para espantá-lo e salvar sua cria.
E sem maior solução, dia após dia, entre um especialista e outro (neurologista, neuropsicóloga, psicopedagogo, psicólogo para orientação familiar), vários chamados na escola e reuniões com equipe pedagógica (professora, coordenadoria, etc.), descobrimos que muito provavelmente durante toda a “vida escolar” do Teteus, nada será fácil e relaxar definitivamente será a palavra que não existirá em nossa vida ao menos neste aspecto. Com isso, continuamos estudando, aprendendo, testando métodos de disciplina, medicação, metodologia escolar, para que nosso filho possa passar pela infância e adolescência, sem deixar de ser uma criança e viver todas as experiências que qualquer uma deve viver.
A maior lição a que venho tendo é que o modo societário que vivemos não é adequado (muito menos adaptado, por mais que existam leis próprias) de modo algum para um ser humano TDAH, seja ele o mundo da escola ou o do mundo afora ...  que são seres  com Q.I. elevado e que vieram para viver intensamente aquilo para o qual são determinados a fazer (ou missão a cumprir – para os espíritas) ... que enquanto criança, pode até parecer um menino perdido (como o menino Zezinho do livro “O menino distraído”), mas que já apresenta sinais que surpreendem a todos e talvez até a si mesmo.
Eu enquanto mãe, aprendo dia-a-dia que minha função é AMAR, AMAR e AMAR ... ensinar sim meus princípios morais, mas acima de tudo, aprender a respeitar e entender que meu filho tem o seu momento, seu tempo, seu limite ... mesmo que este não seja o limite que eu sonhei, planejei, almejei ou acho que seja o correto para ele viver. Se isso é fácil? Nem um pouco e tenho meus momentos de fraqueza sim, sou humana.
E assim, como uma leiga no assunto, vou vivendo, cumprindo a maior missão que Deus me deu ...a de ser mãe de um SER ESPECIAL ... seja um ele um TDAH ou um Índigo, na esperança de poder cumprir bem com o meu papel.


PS.: Meu intuito foi apenas relatar minha experiência. Fica pendente um artigo técnico sobre TDAH.

Enfim... é uma menina! Nossa pequena Catharina...

Enfim, depois de grandes expectativas, tivemos a certeza que tanto queríamos (ao menos eu queria muito kkk).

No dia 22 de outubro, lá fomos em turma ... Eu (óbvio), Teteus, Marcus, madrinha Márcia e tia Sheyla ... todos com grandes expectativas. Chegando ao laboratório, tivemos um momento drama com a guia que não estava de acordo, mas com conversa e apelo de brasileiro, tudo foi resolvido e a ultrassonografia então liberada. Fui praticamente a última a ser chamada e entramos como se fossemos caravana. Iniciada a sessão, a médica ciente do porque tantas pessoas em um mesmo local, mexeu um "tico" de nada e logo já foi dizendo: _É uma menina! ... e o coral então se fez numa só voz: _Uma menina????? ... e então, como não deve ser diferente para a grande maioria das grávidas e famílias, a emoção se fez naquele lugar e em mim, nascia uma sensação de felicidade plena... daquelas que nos faz definir o que é Felicidade, uma vez que acreditamos ser esta, feita de momentos ... e este, com certeza, foi um dos meus momentos de felicidade plena.

Para complementar minha "plenitude", nenhuma reação foi melhor e mais gratificante que a do Matheus (choro, riso totalmente estampado e prolongado, olhos brilhantes e ar de realização) - acho que ficamos com cara de bobos por dias e dias ... e esta sensação vem seguindo até hoje. Teteus tem sido o meu maior companheirão ... é quem mais se empolga com qualquer questão que envolva nossa pequena Catharina (Ah, esqueci de dizer, né? ... esse é o nome da nossa pequena ... nossa CaTHarina... com TH assim como o MaTHeus).

A partir daquele momento eu soube que fui abençoada por Deus ter permitido que meus desejos de maternidade se realizassem, dando-me primeiramente um menino e agora uma menina ... como eu sempre desejei ... e o Teteus soube que daquele dia em diante, deixaria de ser apenas o filho para tornar-se (como ele mesmo diz) futuro Guardião.

Agora fica a expectativa de vê-la (mas sem a pressa que o Teteus teve para nascer) e a imaginação nos remete a perguntas de ... "como ela será?" ... "será parecida com o papai, mamãe ou Teteus?" ... "terá o nariz de batatinha do pai?" ... "será loirinha como o Teteus foi?" ... "terá os olhos verdes?" ... ou "os cabelos escuros e ondulados da mãe?" ........... e assim vamos nos motivando e curtindo até o mais novo grande dia chegar.



E agora a expectativa de como será nossa pequenina...