Há dois anos propus mudar minha vida, meu estilo de ser e de viver em prol do maior bem que recebi na vida até então, meu filho Matheus ... na época com 7 anos, que apresentava sintomas de “carência de mãe”, agressividade excessiva e desinteresse escolar total. Por uma visão própria e particular, mas em conjunto com meu esposo (sempre), optamos que por um tempo (onde acreditávamos ser breve) eu deixaria de ajudar no orçamento da casa, para ajudar nos afazeres da casa e tentar resgatar o papel, visão e função de mãe que estava desgastado e vinha sendo empenhado em segundo plano... por conta das demais responsabilidades que minha vida pessoal e profissional exigia.
Para minha surpresa, aos poucos fui percebendo que algo maior acontecia com o Matheus, algo maior do que eu poderia compreender e saber lidar e me questionava em que momento da vidinha dele eu havia falhado para que tudo aquilo ocorresse.
O maior susto veio nas férias de janeiro de 2010, quando percebi que com quase 8 anos, meu filho não sabia ler e escrever textos simples, aprendidas por mim aos 6 anos na pré-escola.
Por sorte ... e Deus é sempre grande (ouve nossas preces) tivemos a oportunidade de mudá-lo de escola, onde foi solicitada uma avaliação envolvendo uma equipe médica e depois de quase 3 meses, concluiu-se diagnosticado com TDAH - Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade.
Um mundo novo, estranho, confuso até ... surgia na minha vida. O que era isso? Era para vida toda? Eu tinha culpa? Alguém tem culpa? Etc e etc. ... em meio a toda confusão, surgia também o mundo das “Crianças Índigos” ... e a medicação Ritalina da qual eu não aceitava e não concordava de modo algum. Métodos fitoterápicos, homeopáticos, etc.... Eu estava desesperada e queria da noite para o dia “Salvar meu filho!” ... como se isso fosse possível e o tempo de “uma madrugada” fosse o suficiente para solucionar TUDO ... mera ilusão de uma mãe querendo dar uma de leoa, achando que rugir para o então inimigo, seria o suficiente para espantá-lo e salvar sua cria.
E sem maior solução, dia após dia, entre um especialista e outro (neurologista, neuropsicóloga, psicopedagogo, psicólogo para orientação familiar), vários chamados na escola e reuniões com equipe pedagógica (professora, coordenadoria, etc.), descobrimos que muito provavelmente durante toda a “vida escolar” do Teteus, nada será fácil e relaxar definitivamente será a palavra que não existirá em nossa vida ao menos neste aspecto. Com isso, continuamos estudando, aprendendo, testando métodos de disciplina, medicação, metodologia escolar, para que nosso filho possa passar pela infância e adolescência, sem deixar de ser uma criança e viver todas as experiências que qualquer uma deve viver.
A maior lição a que venho tendo é que o modo societário que vivemos não é adequado (muito menos adaptado, por mais que existam leis próprias) de modo algum para um ser humano TDAH, seja ele o mundo da escola ou o do mundo afora ... que são seres com Q.I. elevado e que vieram para viver intensamente aquilo para o qual são determinados a fazer (ou missão a cumprir – para os espíritas) ... que enquanto criança, pode até parecer um menino perdido (como o menino Zezinho do livro “O menino distraído”), mas que já apresenta sinais que surpreendem a todos e talvez até a si mesmo.
Eu enquanto mãe, aprendo dia-a-dia que minha função é AMAR, AMAR e AMAR ... ensinar sim meus princípios morais, mas acima de tudo, aprender a respeitar e entender que meu filho tem o seu momento, seu tempo, seu limite ... mesmo que este não seja o limite que eu sonhei, planejei, almejei ou acho que seja o correto para ele viver. Se isso é fácil? Nem um pouco e tenho meus momentos de fraqueza sim, sou humana.
E assim, como uma leiga no assunto, vou vivendo, cumprindo a maior missão que Deus me deu ...a de ser mãe de um SER ESPECIAL ... seja um ele um TDAH ou um Índigo, na esperança de poder cumprir bem com o meu papel.
PS.: Meu intuito foi apenas relatar minha experiência. Fica pendente um artigo técnico sobre TDAH.